Após a redemocratização do país, as eleições têm acontecido de dois em dois anos, num calendário eleitoral que precisa ser reavaliado pelas instâncias competentes, pois somente o exercício do voto não garante uma verdadeira cidadania. As eleições de nível municipal despertam, sem sombras de dúvida, o maior envolvimento do povo, tendo em vista a convivência mais próxima com aqueles que colocam seus nomes à apreciação, num pleito eleitoral.
O território de Irecê, assim como os demais do nosso Estado, tem vivenciado dias extremamente difíceis: ausência de chuvas, queda na arrecadação, obras extremamente importantes paradas, denúncias de malversação do dinheiro público, tanto no poder executivo como nos legislativos. É precisamente daí, que provém a necessidade que temos de gestores para as nossas cidades que, com raríssimas exceções, estão mal tratadas, carentes de infraestrutura, com o seu povo passando sérias privações, até mesmo em setores fundamentais como a saúde e a educação. Por essas e outras razões, não podemos esquecer que estamos em ano eleitoral e, portanto, sujeitos aos maiores embustes, e simplesmente acreditar que palavras soltas, pronunciadas em palanques e nas inúmeras campanhas que atravessam o país, irão sanar tais dificuldades.
Com base neste panorama, algumas questões precisam ser pontuadas: os pré-candidatos ao executivo e legislativo sabem qual o orçamento de seus municípios para 2013, sejam de recursos próprios ou de previsão de outras fontes? Pois, conforme percebemos as práticas políticas eleitorais, mais uma vez, começam a surgir no horizonte, e seria extremamente importante que a população, desde já fizesse uma reflexão que consistisse, sobretudo em: verificar com extrema prudência os nomes que se colocam à disposição de seus municípios, histórico individual dos candidatos, se têm realmente projetos para suas cidades, como estes poderão ser viabilizados, de onde virão os recursos, verificando deste modo, se a máquina administrativa tem sido usada em benefício de algumas candidaturas, porque não adianta simplesmente a mudança de nomes, mas ações concretas em prol de toda a sociedade, e compete a essa mesma sociedade ter discernimento para que no futuro possa não vir a queixar-se das suas escolhas.
Por isso, entendemos que um povo verdadeiramente livre, é aquele que sabe escolher seus governantes, baseado na competência política para articulações bem sucedidas na captação de recursos; e na administrativa, no total gerenciamento de nossas cidades para assim, efetivar o que um dia afirmou o sábio Rui Barbosa “governar é prever, para prover”.
Pedagogo