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sábado, 26 de outubro de 2013

Cachoeira: Sociólogo Demétrio Magnoli é chamado de "racista" por estudantes na Flica

Na manhã de  sábado (26) enquanto o geógrafo e sociólogo Demétrio Magnoli debatia na Flica, um grupo de estudantes deu início a um protesto sob brados de 'racista' e 'fora, Magnoli!'. O ato foi pautado pelas opiniões desfavoráveis de Magnoli com relação às cotas raciais. 

Dois estudantes, seminus, se pintaram na frente do professor, causando tumulto e interrompendo o debate. Uma faixa a favor das cotas também foi estendida. "Estamos aqui fazendo este ato por contra esse cara que é racista, é contra as cotas. E Cachoeira é terra de preto, remanescente de quilombo", diz Amanda, estudante de jornalismo da UFRB.

Demétrio Magnoli é chamado de racista em protesto durante mesa na Flica (Foto: Divulgação/Flica)

A professora da UFBA, Maria Hilda Baqueiro Paraíso, que também compunha a mesa, tentou negociar com os estudantes, mas não obteve sucesso. Os seguranças presentes no evento não conseguiram conter o tumulto, que só se dispersou quando a produção do evento propôs uma reunião com representantes do movimento. A pauta será uma possível mudança do tema da mesa, de preferência para um que contemple a questão racial no Brasil.
Magnoli comparou os manifestantes aos fascistas de Mussolini e arrematou: "No poder, esse grupo fuzilaria os seus opositores".

Reportagem iBahia/CorreiodaBahia

Entrevista: "Dilma tem grande insensibilidade social" diz sociólogo Boaventura de Souza Santos

Sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, em entrevista à Folha
                                    Fabio Braga/Folhapress/ociólogo português Boaventura de Sousa Santos, em entrevista à Folha

Referência de militantes de esquerda em todo o mundo, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos diz que há retrocessos em segmentos dos direitos humanos no Brasil e critica a presidente Dilma por demonstrar "insensibilidade social".
Segundo ele, isso fica "ainda mais evidente por conta [...] do estilo Lula, que era de muito mais aproximação com os movimentos sociais".

Para Boaventura, no entanto, Marina Silva (PSB) não representa uma alternativa para a esquerda. Ele diz que sua eleição fortaleceria correntes religiosas conservadoras. Além disso, entende que, na economia, Marina seria um retorno ao que havia antes de de Lula. "Ela é uma cara nova para a direita", afirma.
Boaventura veio ao Brasil para o lançamento de dois livros: "Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos" e "Direitos Humanos, democracia e desenvolvimento", o segundo em coautoria com a filósofa Marilena Chaui.

Folha - "Se Deus fosse um ativista dos Direitos Humanos" é um título provocador. Sugere que o senhor acredita em Deus. E sugere que Deus poderia dar mais importância para os direitos humanos. É isso?

Boaventura de Sousa Santos - De fato, não. O título é provocador. Eu não me comprometo com a existência de Deus. Sou como Pascal [filósofo francês, 1623-1662]: diria que não temos meios racionais para poder afirmar com segurança se Deus existe ou não. O que podemos é fazer uma aposta: apostar se existe ou se não existe. Como sociólogo, o que penso é que há muita gente que aposta na existência de Deus e que organiza sua vida ao redor disso.
Estamos num momento de fortes movimentos sociais em todo o mundo, com protestos, muita indignação, muita revolta. Alguns desses movimentos trazem no seu interior pessoas e grupos que seguem diferentes religiões. Ou que transformam a religião e a existência de Deus no motivo da ação ou num impulso para a ação. Portanto, eu tive curiosidade de analisar. Esse fenômeno é extremamente ambíguo.


Quando surgiu a curiosidade?

Eu já tinha notado desde o Fórum Social Mundial de 2001, onde vi que havia movimentos sociais e organizações de diferentes partes do mundo com vivências religiosas, como a Teologia da Libertação e outros. Tinham uma dinâmica de grupo onde o elemento religioso, espiritual, era forte. Havia movimentos indígenas, para quem o elemento da religiosidade é sempre forte. Essa dimensão do transcendente é que me fascinou, pois eu venho de uma cultura eurocêntrica, que há muito tempo tenho criticado, mas sou filho dela, por assim dizer. Essa cultura tinha resolvido o problema através do que chamamos de secularismo, que é expulsar a religião do espaço público.

A presença da religião na política está crescendo?

A religião nunca saiu verdadeiramente da política. Temos sociedades que são laicas, mas cujos estados não são. É o caso da Inglaterra, por exemplo. E temos sociedades onde a convivência é mais laica do que outras. Tanto assim que hoje a gente faz distinção entre o secularismo e a secularidade. Secularismo é uma atitude mais radical, de deixar que a religião fique exclusivamente no espaço privado, na família, na vida. Secularidade é aquela que permite que haja expressões [religiosas] no espaço público como afirmação da própria liberdade de todos os cidadãos.
Mas é evidente, a gente sabe, a maneira com que a Europa resolveu a questão da separação da igreja e do Estado no século 17, depois de uma guerra enorme, nunca foi uma separação total. A igreja continuou a ter uma grande influência. Foi assim no esforço da colonização. Continuou com grande influência, ainda tem, nas agendas que o papa Francisco disse recentemente que são as agendas da cintura para baixo (risos), acerca das orientações sexuais, aborto, divórcio. Obviamente são questões de interesse público.
O que parece é que a crise do Estado secular trouxe uma maior presença da religião no espaço público. No mundo árabe, no mundo indiano e também no mundo ocidental. Começou a emergir nas televisões religiosas, cada vez mais e sobretudo com as correntes evangélicas e pentecostais. É uma presença pública muito mais forte, mas também um interesse em influenciar a vida pública, a vida dos Congressos, dos parlamentos. É o que acontece hoje no Brasil.

No Brasil isso parece mais evidente a partir da eleição de 2010, quando o assunto chegou a dominar o debate eleitoral. Como tem sido no resto do mundo?

Na Europa não é tão forte quanto aqui ou nos Estados Unidos. Mas encontramos no próprio mundo islâmico, por outro lado, diferentes formas de afirmação religiosa que não são todas fundamentalistas. Algumas são bastante moderadas. Mas que também se recusam a pensar que sua dimensão espiritual e religiosa não têm nada a ver com suas lutas.
Então o mundo hoje é mais diverso, e dessa diversidade, no meu entender, faz parte uma maneira muito diversa de ver a religião na vida pública. Isso está surgindo por todo lado, com formações bem distintas.
Algumas continuam na base da sociedade, como acontecia com a Teologia da Libertação e as Comunidades Eclesiais de Base. Mas temos nos últimos anos, no Brasil muito claramente, a influência [religiosa] na própria cúpula do Estado, na estrutura política do Estado. Isso é novo.
Era uma corrente que já vinha dos anos 80 dos Estados Unidos. Uma corrente muito conservadora. Um dos grandes líderes dessa corrente nos Estados Unidos fez uma previsão que praticamente se confirmou. Ele disse assim: "quando um dia não houver uma grande diferença entre democratas e republicanos, e se forem todos mais ou menos conservadores, podemos começar a jogar golfe tranquilamente, pois significa que cumprimos a nossa missão".

E a esquerda com isso? Seu livro é uma espécie de ajuste?

O pensamento crítico da esquerda, de uma sociologia crítica, sempre foi muito renitente em analisar o fenômeno religioso. Pois qualquer análise que não seja simplesmente dizer que religião é o ópio do povo fica como suspeita.
Minha experiência no Fórum Social Mundial fez-me crer que, se eu mantivesse essa atitude pouco complexa, eu deixaria fora da minha análise muita gente que genuinamente luta contra a desigualdade, a injustiça, a discriminação, a opressão. Não é gente alienada. É gente que realmente luta por um mundo melhor e que, no entanto, tem uma referência religiosa. Eu não posso considerar que isso é alienante. Então escrevi esse livro também para fazer as contas comigo mesmo.

Qual é a sua conclusão? 

Termino dizendo que não há um Deus. Há dois: o Deus dos oprimidos e o Deus dos opressores. Enquanto a sociedade for dividida e houver tanta desigualdade social, penso que o Deus que estiver do lado dos oprimidos não se reconhece num Deus que esteja do lado dos opressores.

O outro livro é sobre direitos humanos, que parece refluir na medida em que aumenta a influência religiosa. Alguns políticos têm como principal plataforma o ataque aos direitos humanos. Quais são as relações entre as duas coisas?

É obviamente uma estratégia religiosa. É uma dimensão de todas as correntes conservadoras, de direita, que existiram ao longo do tempo. Houve, de fato, uma igreja progressista, de esquerda, que achou que sua missão era a missão evangélica do sermão da montanha, de estar com os pobres. Os pobres não estão no parlamento, estão nos bairros, nas favelas. E é para aí que os missionários devem ir. Mas há toda uma outra corrente que nunca aceitou que igreja ficasse fora do governo. Alguns deles entendem que a Bíblia, literalmente, dita o direito para os Estados e que, portanto, os direitos humanos não pertencem a esse direito bíblico. É como no mundo islâmico, onde há conceitos muito hostis aos direitos humanos.
Então, de vários lados, estamos a assistir a um ataque aos direitos humanos. Esse é o tema do meu outro livro, escrito por um sociólogo que se considera um cidadão ativista dos direitos humanos.
Eu também faço uma crítica aos direitos humanos. Mas uma crítica progressista: os direitos humanos são pouco. Então eles são criticados por mim por serem poucos. E a direita critica por serem muito. Eu digo pouco porque acho que a grande maioria dos cidadãos do mundo não são sujeitos de direitos humanos, são objeto de discurso de direitos humanos. São violados constantemente.
Agora, sobretudo após a queda do Muro de Berlim, em que as narrativas socialistas caíram em desuso, pelo menos até agora, o que ficou de luta por uma sociedade melhor foram os direitos humanos. Se o socialismo estivesse na agenda política, eu tenho certeza que essa direita religiosa incidiria completamente contra o socialismo.

Nessa questão dos direitos humanos, em que posição o senhor situa o Brasil hoje?

É uma leitura muito complexa. Há áreas e domínios dos direitos humanos em que tivemos conquistas extraordinárias desde o governo Lula. Eu considero [positiva] toda política de ações afirmativas, do reconhecimento de que há racismo na sociedade brasileira e de que é preciso tomar medidas para que afrodescendentes e indígenas possam ter acesso à educação, numa tradição que vinha desde há muito tempo com Abadias do Nascimento, mas que nunca teve êxito. Também o fato de criar um Brasil mais inclusivo, mais diverso, mais colorido, com mais consciência de sua diversidade étnico cultural. Penso que tudo isso foi um grande avanço.
Onde eu vejo que há retrocesso é em toda a área dos direitos humanos que trouxeram também no seu bojo aquilo que, para um desenvolvimentista, pode ser considerado um obstáculo.

Os direitos humanos trouxeram consigo o reconhecimento dos direitos coletivos. E os direitos coletivos do povos indígenas estão protegidos, internacionalmente, por convenções, aliás, que o Brasil assinou, sobretudo o convênio 169 [da Organização Internacional do Trabalho], que obriga consulta prévia, livre, informada e de boa fé. E de boa fé! E que, hoje em dia, depois da declaração das Nações Unidas de 2007 sobre os direitos dos povos indígenas, firma-se na jurisprudência da Corte Internacional de Direitos Humanos que sempre que estejam em causa a própria sobrevivência de um povo, seja uma barragem, seja um projeto de mineração, a consulta deve ser vinculante. Bem, nesse caso, eu tenho que dizer que tem havido retrocesso.
Não é só na demarcação de terras. Tem ainda a questão de saber se a concessão de novas terras são atribuição do parlamento e não do Executivo, o que seria a mesma coisa que dizer que nunca mais haverá qualquer concessão.

Então eu acho que a presidente Dilma está a perder uma batalha, está realmente com uma grande insensibilidade ao movimento indígena camponês, que foi uma grande forma de transformação em toda América Latina.

O senhor considera o governo Dilma de direita?

Eu venho da Bolívia, estive no Equador, conheço os outros países [da região]. Alguns deles são muito mais à direita no governo, é o caso do México. E lá estamos assistindo a uma grande vitória de um povo indígena que lutou contra uma barragem, La Parota, e conseguiu efetivamente parar essa barragem.
Eu colocaria a presidente Dilma no mesmo pé em que coloco o presidente da Bolívia [Evo Morales] e o governo do Equador. São governos que eu considero progressistas. Não os considero de direita. Eles, de alguma maneira, fazem muito do que sempre fez a direita: têm o mesmo modelo de acumulação, o mesmo modelo capitalista, o mesmo neoliberalismo, aproveitaram a mesma onda de extrativismo, com a reprimarização da economia.
Mas o que esses governos fazem e que a direita nunca fez na América Latina foi redistribuir esses rendimentos de alguma maneira. Distribuem muito mais que os outros governos. Para muitos grupos sociais, isso não é suficiente. Até porque essa forma de redistribuição é relativamente precária, não é com direitos universais, é algo que pode parar de um momento para outro. Mas há problemas. Os ambientais são extraordinários.

Qual o senhor citaria?

É certo que o Congresso é outra coisa. Mas eu fico espantado como é que é possível, estando a frente do país alguém como Dilma Rousseff, como é possível abrir uma discussão sobre a semente Terminator no Congresso. É a semente que fica estéril, a suicida. Isso está suspenso. É ilegal para o mundo inteiro. É um escândalo, se aprovar. Ela foi suspensa no âmbito da convenção de biodiversidade exatamente porque coloca os camponeses nas mãos da Monsanto e das outras três ou quatro empresas que têm a patente. Isso é o fim da agricultura camponesa.

Em muitos países é a agricultura camponesa que alimenta as populações, pois a grande indústria produz soja e outros produtos de exportação. A diversidade da produção agrícola é feita por pequenas propriedades, a agricultura familiar, a camponesa. Portanto isso significa arrogância dessas empresas transnacionais que têm acesso ao parlamento para ditar sua lei. E se você olhar bem, há uma aliança entre os religiosos evangélicos e os ruralistas. Então aqui há uma convergência de forças, uns que vêm da tradição ruralista, outros que vêm de uma tradição religiosa de direita, que se armou contra o comunismo e contra a revolução na América Latina.
Então não considero a presidente Dilma um governo de direita por sua capacidade de distribuição, agora há uma grande insensibilidade, que não vem de agora.

Onde mais há problemas?

Basta ver quantas vezes foram recebidas a CUT e outras entidades antes desses protestos: zero. Portanto significa que a presidente Dilma tem uma grande insensibilidade social, que se tornou ainda mais evidente por conta da posição do Lula, ao estilo Lula, que era de muito mais aproximação com os movimentos sociais. Isso perdeu-se. Eu considero uma perda muito grave.

A ex-ministra Marina Silva tem um discurso mais próximo desses segmentos que o senhor mencionou, meio ambiente, indígenas. Ela serve para a esquerda?

Eu penso que não. Sou amigo da Marina Silva, estive em vários painéis com ela e comungo com ela muitas causas ambientalistas. Mas acho que não porque a influência religiosa no país iria nitidamente continuar a desequilibrar. A dimensão religiosa que está por trás dela é uma dimensão que, no meu entender, tem mais um potencial conservador do que um potencial da Teologia da Libertação. Portanto é um potencializador de uma interferência conservadora na sociedade.
Isso pode ter outras dimensões para os direitos das mulheres, dos homossexuais, para as diversidades sexuais.
Por outro lado, sua política econômica, por aquilo que tenho visto e pelos apoios que ela recorre, é realmente uma tentativa de, com uma cara nova, uma mulher, repor o sistema que estava antes. Seria desacelerar ainda mais as políticas de redistribuição social que foram aquelas que, no meu entender, mais caracterizaram o período Lula.
Não penso que a Marina Silva esteja muito sensível a isso tudo. Então eu penso que ela é uma cara nova para a direita. Não é uma cara para a esquerda, no meu entender.

Milhares de pessoas foram às ruas no Brasil para protestar por diversas causas. Tudo muito rápido e inédito. O senhor tem alguma reflexão sobre o que ocorreu no país?

Analiso os diversos movimentos que surgiram no mundo desde 2011: a primavera árabe, o ocuppy [Wall Street, nos EUA], o dos indignados no sul da Europa e na Grécia, o movimento "Yo soy 132", que é contra a fraude eleitoral no México, o movimento estudantil do Chile em 2012 e também os protestos no Brasil.
Considero que 2011-2013 é um daqueles momentos no mundo como nós tivemos em 1968, 1917, 1848. São momentos de movimentos revolucionários.
O que os caracterizam fundamentalmente hoje? São sinais de que, em muitos países, estamos a entrar num processo de guerra civil de baixa intensidade: uma grande agitação social porque as instituições não funcionam propriamente. Na Europa, a rua é o único espaço público que não está colonizado pelo capital financeiro. Nos EUA, a mesma coisa. Há uma deterioração das instituições, uma ideia de que a democracia foi derrotada pelo capitalismo. No sul da Europa isso parece muito claro, e as ruas e as praças são os únicos espaços onde o cidadão pode se manifestar.

Quem é esse cidadão?

É um cidadão diferente dos [cidadãos dos] processos anteriores. Um erro do pensamento político foi pensar em cidadãos organizados que fazem essas revoltas. De fato, não é assim. Essas revoltas são feitas, normalmente, por jovens que nunca participaram de movimento social, de partidos, que nunca votaram, nunca estiveram em nenhuma ONG. E de repente estão na rua. Isso não foi só aqui. Foi no Egito, na Europa, nos EUA. São movimentos que surgem a partir de momentos em que as instituições parecem não dar respostas às aspirações populares. Obviamente são diferentes. Não se pode pôr a primavera árabe ao lado do Brasil ou do occupy. São coisas distintas.

O movimento do Brasil tem uma genealogia, uma história, semelhante ao movimento dos indignados de Portugal, da Espanha e da Grécia. São jovens democracias onde houve uma expectativa de uma social-democracia, uma democracia com fortes direitos sociais, de educação, saúde, transporte. Havia uma expectativa de uma sociedade mais inclusiva. Essa era a promessa. A democracia não é simplesmente mero voto e a representação política, mas se traduz em direitos sociais e econômicos. Portanto nesses casos [Brasil e indignados], os movimentos surgem da ruína dessas aspirações. Democracias suficientemente jovens para ainda acreditar que eles têm esses direitos.
Os occupy já nem têm sequer essa ilusão, pois a democracia americana é cada vez mais restringida e eu nem acho mais que é uma democracia a sério nos EUA; eu vivo lá metade do ano, como você sabe, e conheço o país.

Uma crise da democracia?

Aqui [no Brasil], a juventude se dá conta que aquela democracia que ela acreditou não funciona, está sendo derrotada pelo capitalismo. Os países dão mais atenção aos mercados internacionais, aos grandes grupos transnacionais, do que dão aos seus cidadãos. Na Europa isso é muito claro. O meu governo [Portugal] está mais atento à agência de classificação Standard & Poor's, sobre o que ela dirá amanhã sobre a taxa de rating do crédito português, do que as demandas dos portugueses, as reivindicações. E quanto mais as pessoas vão para as ruas, mais abaixa a nota do crédito internacional. Ou seja: a democracia está sendo usada contra os cidadãos. A democracia é exercida hoje contra o bem estar. Tinha-se a ideia que caminhávamos para um estado de bem estar. De alguma maneira, hoje, o Estado é um Estado de mal estar. O que aconteceu no Brasil, no meu entender, é essa frustração.
Compartilha com os outros movimentos essa espontaneidade. E o fato de não ser ideologicamente unitária, é o mais diverso possível. E com demandas contraditórias. E com uma característica também comum em todos eles: prevalece o negativo sobre o positivo. Esses grupos, que eu nem chamo de movimentos sociais, chamo de presenças coletivas, sabem o que não querer, mas não sabem bem o que querem. Podem ter uma demanda, como foi o caso do Movimento Passe Livre, mas essa é uma demanda que rapidamente pode ser superada por grandes demandas de superação do Estado. Como aconteceu na Tunísia. O moço que se imolou na Tunísia queria apenas que legalizassem o seu comércio de rua, e de repente aquilo era uma luta contra a ditadura.
O que todos estão a dizer? Estão a dizer que o mundo está escandalosamente desigual. Essa não é uma questão da pobreza. É que nos países, internamente, a diferença entre ricos e pobres nunca foi tão grande. Em meio aos maiores sacrifícios da sociedade portuguesa, com cerca de 50% dos jovens até 25 anos sem emprego, o número de ricos aumentou em Portugal nos últimos anos. E os ricos ficaram ainda mais ricos.

Essa descrição não coincide exatamente com o que ocorreu no Brasil. A distribuição de renda brasileira medida pelo índice Gini ainda é uma das piores do mundo, mas melhorou.

Sim, está reduzindo [a desigualdade de renda], nunca tinha acontecido antes, isso é preciso reconhecer. O que nós temos que ver, isso é minha leitura, é que as políticas que foram criadas para essa redução ocorrer --e por isso que eu digo que [Dilma] não é um governo de direita-- são as que eu chamo de políticas de primeira geração. A segunda geração é que essa gente que agora come bem, agora que tem algum apoio, quer evoluir, quer ir para a universidade, quer outra qualidade dos serviços públicos. E aí estancou.

O senhor disse que esses grupos sabem dizer o que não querem, mas não sabem dizer bem o que querem. No Brasil, entre as coisas que eles diziam não querer estavam os partidos políticos. Teve até hostilidade, violência. O senhor vê isso com preocupação?

Sim, evidentemente. Mas ao mesmo tempo compreendo o que está ocorrendo. É aquilo que eu disse, que a democracia representativa liberal foi dominada e vencida pelo capitalismo, pela corrupção, pela presença do dinheiro nas eleições, nas campanhas eleitorais. Isso faz com que os representantes estejam cada vez mais distantes dos representados. É aquilo que a gente chama de patologia da representação: os representados não se sentem representados por seus representantes.
É um processo conhecido, pois há anos discute-se no Brasil a necessidade de se fazer uma reforma política, uma reforma do sistema eleitoral, do financiamento dos partidos. E todas essas reformas têm sido bloqueadas. Então essa negação não é propriamente a negação da democracia representativa. São duas ligações importantes: esta democracia participativa não serve, o dinheiro não pode ter o poder que tem hoje nas eleições; e a democracia representativa nas sociedades complexas não chega, ela precisa ser complementada pela democracia participativa.
Eu acho extraordinário que, no caso da primavera árabe --jovens de vários países que não tiveram democracia propriamente-- a grande bandeira é a democracia real. Portanto quando dizem que há luta contra os partidos, não é que eles estejam dizendo que, em princípio, eles não têm nenhuma validade. É esta forma de democracia, a do poder do dinheiro, que está derrotada. E se ela não se alterar, temos altos riscos para a sociedade. É por isso que eu digo, escrevi dois artigos sobre isso, que há uma grande oportunidade: a oportunidade de uma reforma política. Esse é grande tema com o qual o PT chegou ao poder, não podemos esquecer.

Mas nos protestos ninguém levantou uma plaquinha sequer pedindo reforma política.

(risos) É por isso que eu digo: as pessoas não sabem o que querem, sabem o que não querem. Como é que se faz formulação política? Para sair daquilo que elas não querem, é preciso uma reforma política. Obviamente. E é por isso que temos partidos.
Eu acho que cabe à classe política encontrar as soluções. Os jovens não têm que saber [como fazer]. Nem dá para exigir que eles saibam. Como é que vai fazer um serviço unificado de saúde suficientemente robusto? Não têm que saber. Há técnicos e há políticos que vão fazer isso. A reforma política é a mesma coisa. E a presidente Dilma deu uma certa esperança quando falou nas cinco medidas que seriam tomadas e incluiu a reforma política, mas, infelizmente, os poderes conservadores do Congresso...

Foi nesse contexto que surgiram os grupos "black blocs", com a tática de causar danos materiais para fazer suas denúncias. Eles aparecem em tudo, da greve de professores à ação para libertar cachorros de um laboratório de pesquisa médica. Qual é a opinião do senhor sobre esses grupos?

Esses grupos nasceram nos anos 70 na Alemanha, na luta contra a energia nuclear. Na década de 80, adquiriram uma ideologia autonomista. A ideia de que "temos que criar na sociedade espaços de autonomia que não dependem do capitalismo e que, portanto, podem oferecer outra maneira de viver". Tiveram muita repercussão.
No momento em que começam os protestos contra a globalização, Seatle (EUA) é o marco, eles começaram a assumir duas características de sua tática: de um lado a ideia de violência contra propriedades símbolos do capitalismo, que pode ser um McDonald's, um banco; de outro lado, a defesa dos manifestantes. Eles assumiram isso. Em muitas mobilizações, foram eles que, diante da violência policial, defenderam mais eficazmente os manifestantes pacíficos. Então a violência policial, no meu entender, é uma das grandes responsáveis pelo protagonismo "black bloc". Eles enfrentavam. E a notícia muitas vezes passava a ser o enfrentamento entre os "black blocs" e da polícia.
Um terceiro fator que complica, principalmente a partir do ano 2000, isso está documentado, é que a polícia infiltra o "black bloc" para depois justificar sua violência. Isso está demonstrado em vários países. E este é o contexto em que nós estamos.

Mas como entender o "black bloc"?
Não são grupos de extrema-direita. Eu penso que, acima de tudo, temos que entender por que surgem esses movimentos. E encontrarmos, através do diálogo, formas de ver se estas são as melhores formas de luta. No meu entendimento, como já disse, estamos num momento político daquilo que chamo de guerra civil de baixa intensidade. Numa guerra assim, queremos que cada vez mais gente venha para a rua. No meu entender, para fazer pressão pacífica sobre os Estados.
Quando o capital financeiro será cada vez mais influentes, quando as Monsantos conseguem pôr no Congresso a [semente] Terminator, quando os evangélicos dominam a agenda política, quando os ruralistas dominam a agenda política, os governos, mesmo que tenham uma orientação de esquerda, precisam ser pressionados de baixo. A partir de baixo. E essa pressão tem de ser pacífica. E tem de ser inclusiva. E para ser inclusiva tem de trazer para a rua as pessoas que nunca foram para a rua, os chamados despolitizados, as avós, os netos.
Ora bem, se é esse o objetivo, o "black bloc" é uma força contraproducente. As pessoas querem ir para a manifestação, mas com medo que haja violência, com medo da brutalidade e violência policial, dizem ao final "não vamos". Penso, portanto, que o "black bloc" deve analisar em que contexto nós estamos.

O ex-presidente Lula fez uma crítica direta ao uso das máscaras. Disse que participou de muita manifestação de rua, mas que nunca usou máscara porque não tinha vergonha do que fazia.

Eu acho que é uma posição legítima, mas não sei se é a única resposta que se pode dar. As pessoas têm suas formas de representação. Exemplo disso é o governo do Peña Nieto, o [partido] PRI, no México, que eu considero de direita. Nas últimas manifestações, o protesto de professores no México, teve a presença dos "black blocs" com as máscaras negras. E chegou ao ponto também em que o governo está para promulgar uma lei que proíbe as máscaras. Sabe qual foi a reação? Os homossexuais começaram a usar máscaras pink. Foram para os protestos com máscaras cor-de-rosa, máscara homossexual. Então a polícia vai prender? Eles não praticam nenhuma violência, usam máscara agora para afirmar a diversidade sexual.

Isso é para ver como a coisa é complicada. Criou-se uma solidariedade entre os homossexuais e o "black bloc". Então, por vezes, as autoridades se excedem na forma. Eu penso que essa não é a forma. Penso que a forma é de dialogar, de trazer para uma mesa de conversa. Obviamente é uma discussão muito difícil, mas é uma discussão que é preciso ter. 

Fonte:Entrevista concedeida a Ricardo Mendonça da  folha de São Paulo /reprodução 26.10.13

Cultura: Cachoeira respira Literatura




                                                               A Flica vai até amanhã(27) foto:reprodução

A beleza colonial de Cachoeira ganhou um charme especial nesta semana. Vai até amanhã (domingo) a terceira edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira, a famosa Flica. Com uma programação variada, que vai das mesas literárias a uma vasta quantidade de atrações musicais, passando com um espaço totalmente dedicado às crianças, o evento movimenta todas as cidades do entorno tanto no turismo como na gastronomia.

Nem o difícil acesso a cidade, que diante das últimas chuvas teve estradas interditadas, impossibilitou a presença do público em todos os espaços da Flica. Desde o início da semana, todas as pousadas de Cachoeira tinha lotação máxima. Quem decidiu ir ao local a partir da terça-feira, optou por casas que reservaram quarto para atender o excedente turístico na cidade, ou ocupou um dos quartos de hotéis e pousadas das cidades vizinhas como Santo Amaro, São Félix e Santo Antônio de Jesus.

Quanto à gastronomia, a cidade se organizou. Além da capacitação dos espaços já existentes, também foram criados restaurantes estruturados com cardápio especialmente escolhido para ocasião. Um dos exemplos foi o Café Massapê. Antes uma casa fechada, alugada apenas para eventos, durante a Flica ganhou mesas, cadeiras e pratos como a tradicional maniçoba, arrumadinho, carne do sol com purê de aipim, filé com fritas, entre tantos outros que ganharam nomes especiais voltados para o tema do evento.
Sobre a programação, encontros não programados deram charme ao evento. Na abertura oficial, a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) ganhou poesia. Durante o concerto “Uma Tarde em Veneza”, que teve a regência do maestro Carlos Prazeres, o ator Jackson Costa declamou o poema “As quatro estações” de Vivaldi.

Programação Literária

Desde o primeiro dia, a festa literária contou com a presença de dois grandes autores. Cristovão Tezza e Fabricio Carpinejar se encontraram na mesa “Enfrascar o cotidiano”. A quinta-feira teve uma mesa dedicada à poesia, “Qualquer um poeta” (com os baianos Elieser Cesar e Karina Rabinovitz), seguida da polêmica mesa “Vidas Comuns, Vidas Notáveis” que falou das dificuldades dos autores para escrever uma biografia (com Mário Magalhães e Ana Teresa Baptista) e um pouco de história do Brasil com Laurentino Gomes e Eduardo Bueno, este último conquistou o público com seu trejeito engraçado e seu bom humor.
Totalmente integrado a cultura do Recôncavo, o escocês Ewan Morrison, junto a Sérgio Rodrigues falaram sobre a importância ou não da literatura. Juntos os dois tentaram traçar qual o futuro dos livros. A americana Kiera Cass e Gláucia Lemos deram leveza ao evento literário falando de amor, príncipe e princesas na mesa “Lirismo, sonhos e imaginários”.  Outra americana esteve no evento. Sylvia Day junto a Állex Leilla falaram de sensualidade na mesa “Entre Flores e Espartilhos”.

Hoje o dia será aberto com um debate sobre a posse de terra indígena. Batizada de “Donos da terra? - Os neoíndios, velhos bons selvagens”, Demétrio Magnoli e Maria Hilda Baqueiro Paraíso falam de história e contemporaneidade indígena, com foco na dúvida sobre a etnicidade de alguns dos que se apresentam como índios. Na sequência, a mesa “A Velocidade da Contemplação Moderna”. Este será o encontro de Joca Reiners Terron e Tom Correia O jornalista e escritor baiano, Tom Correia, lança o livro “Ladeiras, Vielas e Farrapos”. Na obra, o autor faz um mergulho ficcional em Salvador.

Carola Saavedra e Letícia Wierzchowski participam da mesa “Afetos e Ausências”. Juntas as escritoras falam mais uma vez no evento de romance e abrem o debate sobre afetos e a saudade muitas vezes por ele gerado. O francês Jean-Caude Kaufmann fecha junto a Luiz Felipe Pondé a programação literária de hoje na mesa ”As Imposições do Amor ao Indivíduo”.

Amanhã (domingo) se encerra a festa literária. Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, mundialmente conhecido como Pepetela, e Makota Valdina participam da mesa final: ”Ndongo, Ngola, Angola, Bahia”. Pepetela é autor dos romances “Mayombe” e “A Geração da Utopia”, sendo um dos mais importantes escritores de Angola. Makota é membro do Conselho de Cultura da Bahia, uma referência para as comunidades negras baianas, sendo reconhecida como mestra da sabedoria Bantu em meios intelectuais nacionais e internacionais, valorizando as especificidades da nação de candomblé Angola-Congo.

Fonte:TribunadaBahia c/adaptações

ENEM 2013: Edição é o maior da história

Com mais rigor na segurança e nas regras da correção da redação, a edição 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a maior da história, ocorre neste sábado (26) e domingo (27) com recorde de inscritos: 7.173.574 pessoas.
Neste sábado (26), os candidatos farão a prova de ciências humanas e a de ciências da natureza, ambas com 45 questões. O tempo mínimo para permanecer na sala de provas é duas horas, e o tempo máximo para resolver as questões é de 4h30. No domingo (27), as provas serão de linguagens, matemática e redação, em 5h30 de duração.
Fonte:G1.com

Economia: Endividamento do brasileiro continua crescendo no sistema financeiro

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro cresceu em agosto pelo oitavo mês consecutivo e bateu novo recorde. O valor total das dívidas correspondia, naquele mês, a 45,36% da renda do trabalhador nos últimos 12 meses, segundo dados do Banco Central, ante 45,10% em julho (recorde anterior). No final do ano passado, estava em 43,44%. Em agosto de 2012, em 43,8%. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,38% da renda em agosto, ante 30,41% em julho. Nesse caso, o recorde ainda é 31,51%, registrado em agosto de 2012.

O BC também informou que o comprometimento de renda dos brasileiros, que considera valores mensais para renda e para as prestações pagas aos bancos, recuou pelo terceiro mês seguido em agosto. As prestações correspondiam a 21,4% da renda mensal dos trabalhadores em agosto, ante 21,46% em julho. É o porcentual mais baixo desde junho de 2011 (21,17%). O recorde para o indicador são os 22,98% registrados em janeiro do ano passado. Informações do Estadão.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Emprego: SETRE abre inscrições via Reda para nível médio e superior, tem vaga para Irecê






As inscrições da seleção simplificada da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) para contratação de técnicos de níveis médio e superior, em Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), começam nesta sexta-feira (25). Elas vão até 1º de novembro e serão realizadas apenas através do site do processo seletivo.

A Setre pretende contratar 13 profissionais, sendo dois de nível médio e 11 de nível superior. A contratação é por tempo determinado pelo prazo de um ano. O profissional deve ter, no mínimo, experiência de seis meses, comprovada através de carta de referência ou declaração do (s) empregador (es), ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Os técnicos de nível superior vão atuar em Salvador, Guanambi, Juazeiro, Itamaraju, Correntina e Irecê, enquanto os de nível médio atuarão apenas em Salvador. As vagas de nível superior serão nas áreas de administração, economia ou ciências contábeis, sistemas da informação e ciências humanas. Todos os cursos devem ser reconhecidos pelo MEC, inclusive os de nível médio.

VEJA O EDITAL

Para nível superior, a remuneração final será de R$ 2.422,03. Para os de nível médio, o salário será de R$ 1.144,24. Além da remuneração, serão fornecidos auxílio-alimentação, no valor de R$ 9, e auxílio-transporte por dia útil trabalhado. A assistência médica do Estado será oferecida ao titular, de forma facultativa, mediante uma contribuição mensal conforme a faixa de renda salarial.
A seleção será constituída das seguintes etapas: prova objetiva de português e raciocínio lógico, prova discursiva, e prova de títulos. As provas objetiva e discursiva serão realizadas em Salvador. A jornada de trabalho será de 40 horas semanais, estando os ocupantes das respectivas funções temporárias submetidos a regime jurídico específico.

O prazo de validade do processo seletivo será de um ano, contado da data da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, por igual período, a critério da administração.

Fonte:CorreiodaBahia

Salvador: MPE denuncia médica Kátia Vargas à Justiça por duplo homicídio e pede reconstituição


A médica Kátia Vargas Leal Pereira foi denunciada à Justiça pelo Ministério Público estadual, nesta sexta-feira (25), por duplo homicídio duplamente qualificado, por impossibilidade de defesa das vítimas e pelo perigo comum. 

A promotora de justiça Armênia Cristina Santos, responsável pela denúncia, também pediu a reconstituição do crime que resultou na morte dos irmãos Emanuel e Emanuele Gomes Dias, último dia 11, no bairro de Ondina. 

O MP busca esclarecimentos desde o momento em que a médica deu a “fechada” nas vítimas até o momento da execução do crime. O órgão considera as imagens capturadas em câmeras próximas trouxeram apenas parte das ações perpetradas. Com a reconstituição, a promotora entende que serão trazidos elementos relacionados à velocidade e dinâmica dos atos praticados, que resultaram nas mortes das duas vítimas.


Kátia Vargas deixou Hospital Aliança na semana passada em viatura da Polícia Civil (Foto: Jurimar Soares/reprodução)
De acordo com o inquérito policial da 7ª Delegacia (DT/Rio Vermelho), a oftalmologista arremessou o veículo que dirigia, modelo Sorento, contra uma moto Yamaha XTZ pilotada por Emanuel Gomes Dias que trazia na garupa sua irmã Emanuele Gomes Dias, projetando-os contra um poste, em frente ao Ondina Apart Hotel, resultando na morte instantânea dos irmãos. 

Para a promotora, a ação caracteriza-se pelo perigo comum, visto que ocorreu em via pública de grande fluxo de veículos e pedestres, próximo de um ponto de ônibus, centro comercial e clínicas com grande movimento no horário. 

Diante do acidente, o coordenador do Núcleo do Júri (NUJ), promotor de Justiça Nivaldo Aquino, foi designado para acompanhar o Inquérito Policial até a sua conclusão. Em conjunto com ele, os promotores de Justiça Davi Gallo e Raimundo Moinhos acompanharam o caso até a finalização do inquérito. 

Após essa fase, seguindo o procedimento padrão, o MP recebeu o inquérito da Polícia Civil e distribuiu, através de sorteio eletrônico, para um dos promotores de Justiça criminais. Foi sorteada a promotora de Justiça Armênia Cristina Santos, que teve um prazo de cinco dias e, após as devidas análises denunciou a médica ao 1º Juízo da 1ª Vara Criminal. 

                                     Emanuel e Emanuele -  foto:reprodução
Seguindo o MP, após receber a denúncia, o juiz vai se pronunciar e dar um prazo de 10 dias para a defesa, seguindo-se a oitiva das testemunhas. Todo esse procedimento será acompanhado agora pelo promotor de Justiça Cássio Marcelo de Melo Santos, que atua na referida Vara Criminal. D

De acordo com a gravidade do crime, a médica, que está no Presídio Feminino, poderá cumprir uma pena mínima de 24 anos.

Fonte:Correio da Bahia  /reprodução

Justiça manda FTC desocupar prédio da Prefeitura de Itabuna


                                                                Sede da FTC em Itabuna - foto:divulgação


A Justiça determinou um prazo de 90 dias para a Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) desocupar o prédio pertencente à prefeitura de Itabuna, no sul baiano, e utilizado como campus pela instituição privada de ensino superior. Segundo a administração itabunense, a FTC deveria pagar R$ 12 mil mensais, mas acumula dívidas de R$ 213 mil, além de responder a processos de execução fiscal no valor de R$ 8,3 milhões pelo não pagamento de tributos. 

Na ação, a Procuradoria do Município alega que o valor do aluguel está defasado, já que, conforme avaliação do mercado, em que foram considerados fatores como as características, as dimensões e localização do imóvel – antiga sede da prefeitura, na Praça José –, o preço seria superior a R$ 130 mil mensais. De acordo com informações do site Políticos do Sul da Bahia, a FTC, que acusa a prefeitura de também ter uma dívida de R$ 10 milhões com a instituição, recorreu para tentar o efeito suspensivo da decisão judicial. Informações do BN.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Bahia: Delegado de Nova Soure é preso acusado de tortura e favorecimento


O delegado titular de Nouva Soure, cidade a 229 km de Salvador, está preso na Corregedoria da Polícia Civil na capital baiana, depois de faltar a uma audiência sobre as acusações que responde - tortura e prevaricação. Após a ausência, José Renato Flores da Cunha teve a prisão preventiva decretada.
O mandado foi cumprido na tarde desta quinta-feira (24) em Feira de Santana, onde o delegado também possui residência. O delegado responde a vários processos administrativos disciplinares, segundo nota da Polícia Civil. Ele faz parte dos quadros da polícia há 18 anos e já passou pelas delegacias de Ubatã, Iaçu e Correntina. Desde 2011, ele está em Nova Soure.
Segundo denúncia do Ministério Público da Bahia, em 25 de julho de 2012 o delegado teria autorizado um candidato a vereador local a transportar, em seu veículo particular, um preso custodiado na delegacia de Nouva Soure até o fórum da cidade para que o detento lavrasse a certidão de nascimento do filho.
Outro registro mostra que, por conta de uma cobrança de aluguel, o delegado teria conduzido o inquilino devedor para que fosse torturado na delegacia. Ainda constam denúncias de que o delegado teria se apropriado de valores encontrados com um menor apreendido pela polícia.
Também segundo o MP, o delegado trataria as pessoas que buscavam ajuda da polícia na delegacia sem respeito e assediava moralmente servidores que trabalhavam na unidade.

Fonte:CorreiodaBahia

Bahia: Número de desempregados cresce quase 55% em Salvador

O número de desempregados na região metropolitana de Salvador chegou a 189 mil em setembro deste ano, um crescimento de 54,7% em relação ao mesmo período do ano passado (122 mil).  Segundo pesquisa divulgada hoje (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas, apenas Salvador teve alta na taxa de desemprego na comparação de setembro deste ano com o mesmo período do ano passado, enquanto as demais mantiveram estabilidade. 

A taxa na região metropolitana da capital baiana vem aumentando desde dezembro de 2012 e chegou a 9,3% em setembro deste ano (a maior do país). Em setembro de 2012, havia sido 6,2%. "Entre setembro de 2012 e setembro de 2013, houve um aumento de mais de 50% no contingente de desocupados na região metropolitana de Salvador. É uma estatística que temos que continuar observando", disse Azeredo. (Uol)

Fonte:Bahiareporter

Saúde: Anvisa proíbe venda de Lote 123 do produto Pipoca Nacional

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a distribuição e venda do Lote 123 do produto Pipoca Nacional, da marca Brasileira. O motivo é o excesso de aflatoxina, substância que, se consumida em grande quantidade, tem potencial tóxico. A determinação está em resolução da Anvisa publicada na edição de hoje (24) do Diário Oficial da União.


O lote suspenso tem data de fabricação de 1°de abril de 2013 e vencimento em 1° de março de 2014. O teor de aflatoxinas, superior ao limite máximo permitido, foi constatado em laudo emitido pelo Instituto Octávio Magalhães, da Fundação Ezequiel Dias, de Minas Gerais.



As aflatoxinas são um grupo de micotoxinas produzidas por muitas das espécies do fungo Aspergillus. As substâncias são tóxicas e podem causar câncer em seres humanos e animais.

Fonte:portal Terra online 19:30/em 23/10/13 /reprodução

Irecê: Vereador Gilvaci Matias deixa o PSB pelo PH e assume presidência


                                            Medrado, Gilvaci e o prefeito de Irecê Luizinho Sobral -foto: divulgação/reprodução

O prefeito de Irecê, Luizinho Sobral (PTN), e o deputado federal Marcos Medrado, presidente do partido Solidariedade na Bahia, acompanharam a filiação do vereador Gilvaci Matias à nova legenda. O vereador, que deixa o PSB e irá presidir a nova legenda em Irecê, declarou que troca de sigla para buscar novos horizontes na política e pra fortalecer a base do prefeito na Câmara. 

Luizinho Sobral recebeu com entusiasmo a decisão. “Foi uma atitude plausível, que chega para tornar nosso grupo ainda mais forte e unido”. Marcos Medrado, por sua vez, ressaltou que a expectativa é muito positiva em torno do novo partido. “O Solidariedade já nasce como um dos maiores da política brasileira, e sem dúvidas, está chegando para ajudar a cidade de Irecê e fortalecer ainda mais o grupo de apoio ao prefeito”, finalizou.

Fonte:Politicalivre

Salvador: TJ nega urgência no pedido de soltura da médica Kátia Vargas

Uma liminar que pede urgência no julgamento do pedido de habeas corpus da médica Kátia Vargas Leal Pereira, 45 anos, indiciada por duplo homicídio triplamente qualificado pelas mortes dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, foi negada na noite desta quarta-feira (23). De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA), o advogado de defesa da oftalmologista, Vivaldo Amaral, havia entrado com a liminar em caráter de urgência com o objetivo de apressar o julgamento do pedido de soltura de Kátia Vargas.
A médica está presa no Conjunto Penal Feminino desde o dia 17 de outubro. A liminar é uma decisão judicial provisória que acontece antes do julgamento do processo - neste caso, o pedido de habeas corpus. Caso fosse aprovada, liminar apressaria decisão de uma possível soltura da médica.

Kátia Vargas deixou Hospital Aliança na quinta-feira em viatura da Polícia Civil (Foto: Jurimar Soares /reprodução 

No entanto, o desembargador Jefferson Alves de Assis entendeu não existe urgência no julgamento deste caso, já que a médica recebe atenção médica necessária e não corre risco de vida. A decisão foi publicada hoje no Diário da Justiça Eletrônico. 


"O advogado dela entrou com este pedido na tarde de ontem, mas o desembargador negou", comemora o advogado da família dos irmãos, Daniel Keller. "Ela continua presa". O advogado de defesa da médica foi procurado pelo Correio24horas para comentar o caso, mas não foi encontrado.  

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bahia: SEC DIVULGA LISTA FINAL PARA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL






PORTARIA Nº 7090/2013. O SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições e cumprindo o disposto nos itens 4.30  e 9, do Edital de abertura de inscrições do Processo Seletivo Simplificado  nº 05/2013, publicado no Diário Oficial do estado de 06/08/2013, para provimento das funções de professor de Educação Profissional, RESOLVE:

 1. Tornar público a LISTA do resultado final do Processo Seletivo Simplificado e a LISTA do resultado final dos candidatos portadores de deficiência; relacionando o nome dos candidatos habilitados em ordem de classificação por: Função Professor – DIREC, eixo e sub eixo; 

2. Homologar o Resultado Final do Processo Seletivo Simplificado. Salvador, 22 de outubro de 2013. OSVALDO BARRETO FILHO - Secretario da Educação


CONFIRA OS APROVADOS PARA DIREC 21 - IRECÊ , CONFORMA LISTA ABAIXO.




IRECE/FUNCAO: DIREC 21 - PROFESSOR ED. PROFISSIONAL
 EIXO: AMBIENTE E SAUDE
 SUBEIXO: ENFERMAGEM E CUIDADO COM PESSOAS

 INSC                                                                    NOME      NOTA FINAL     CLAS.
 83680                                                                  NAIARA FERNANDES DA SILVA         41.25  1
 85163                                                                  JAMILA OLIVEIRA ARAUJO       38.00  2
 84478                                                                  ANA SUZANE SILVA NASCIMENTO DE SA  37.00        3
 83335                                                                  ITALA FERREIRA DE JESUS    36.00  4
 87753                                                                  THIAGO ARAUJO FRANKLIN    35.00  5
 81542                                                                  EDILMAR PEREIRA VILELA DOURADO        33.00        6
 85268                                                                  ZAIRA FIGUEREDO ALVES       31.00  7
 85767                                                                  REGIANE SILVA DE AZEVEDO            27.00  8
 87615                                      MARIANA QUITERIA DE AQUINO FERREIRA        27.00                                                             9
 85915                                                                  ANA SINEZIA PIRES VASCONCELOS           22.00        10

 DIREC/FUNCAO: DIREC 21 - PROFESSOR ED. PROFISSIONAL
 EIXO: AMBIENTE E SAUDE
 SUBEIXO: SAUDE

 INSC                                                                    NOME      NOTA FINAL     CLAS.
 81532                                                                  SORMANA TORRES FERNANDES LOULA  52.00        1
 83288                                                                  ITAMARA MUNIZ DA SILVA       46.50  2
 85022                                                                  CAIO CEZAR OLIVEIRA DOURADO    44.75  3
 85751                                                                  MAIRA VASCONCELOS ARAUJO       44.00  4
 83067                                                                  LARICE DE SOUZA DOURADO           41.00  5
 81462                                                                  JANETE CAVALCANTE SANTANA      39.00  6
 82063                                                                  ANA CAROLINE DE BARROS OLIVEIRA       36.00        7
 86871                                                                  REBECA ROCHA DE ALMEIDA           35.00  8
 87813                                                                  TAILANE DE SOUZA MATOS    35.00  9
 81977                                                                  HORISMIDIA CRISTINA DE BARROS SALVIANO        32.00                                                             10
 81303                                                                  DEISE FARIAS DOS SANTOS DOURADO    30.00        11
 84365                                                                  SELMA VIEIRA DE SOUZA        30.00  12
 82889                                                                  JULIANO DOURADO CAMPOS 30.00  13
 84676                                                                  SABRINA FERREIRA DA ROCHA       30.00  14
 87912                                                                  ANDRE GONCALVES DA SILVA          29.00  15
 86612                                                                  ALDA BORGES DE ALENCAR  28.50  16
 86511                                                                  AILA ELIZABETE ALVES VAZ   27.00  17
 87516                                                                  TAIANE NUNES DOURADO CARVALHO      24.00        18

 DIREC/FUNCAO: DIREC 21 - PROFESSOR ED. PROFISSIONAL
 EIXO: AMBIENTE E SAUDE
 SUBEIXO: MEIO AMBIENTE

 INSC                                                                    NOME      NOTA FINAL     CLAS.
 82777                                                                  LUCIA LOULA DOURADO          35.00  1
 86350                                                                  JOAO BASTOS NETO      34.00  2
 81027                                                                  RAMOM NUNES GUIMARAES  31.00  3
 85670                                                                  SOLANGE OLIVEIRA DOS SANTOS   30.00  4
 82821                                                                  MOISES MENEZES DOS SANTOS      30.00  5
 85265                                                                  JOELMA ROCHA BASTOS BARRETO            29.00        6
 85119                                                                  MARDEL VASCONCELOS GOMES     27.00  7
 85888                                                                  FABRICIO DOURADO DE OLIVEIRA   26.00  8
 82117                                                                  JARDEL MENDES DE OLIVEIRA SIQUEIRA 25.00        9
 81019                                                                  FABIANO PEREIRA DE NOVAES        22.00  10

 DIREC/FUNCAO: DIREC 21 - PROFESSOR ED. PROFISSIONAL
 EIXO: GESTAO E NEGOCIOS
 SUBEIXO: ADMINISTRACAO

 INSC                                                                    NOME      NOTA FINAL     CLAS.
 84723                                                                  UILSON VIANA DE SOUZA        41.50  1
 81821                                                                  DENISE LEITE VASCONCELOS LOIOLA       40.00        2
 83725                                                                  UILIAM RANGEL AMORIM SOUZA      38.00  3
 83886                                                                  THAIS DA SILVA MAIA    38.00  4
 84015                                                                  FERNANDA BRITO PAIVA         36.00  5
 84578                                                                  RICARDO ARAUJO ALVES       36.00  6
 86489                                                                  ROGERIO DA SILVA VILAS BOAS       36.00  7
 81513                                                                  CINTIA CRISTINA ALVES SILVA COSTA       32.00        8
 81221                                                                  GILMARA SANTOS DE SOUZA 26.50  9
 82457                                                                  SALESIO DE SOUZA DOURADO         24.00  10
 81891                                                                  RENATA DE JESUS PINHEIRO            21.00  11

 DIREC/FUNCAO: DIREC 21 - PROFESSOR ED. PROFISSIONAL
 EIXO: RECURSOS NATURAIS
 SUBEIXO: AGRICULTURA

 INSC                                                                    NOME      NOTA FINAL     CLAS.
 82976                                                                  ERICA MESSIAS PAIVA  56.00  1
 85448                                                                  ALESSANDRA DE SENA SILVA          47.50  2
 83010                                                                  DANIEL SEIXAS SOUZA 46.75  3
 84663                                                                  MIGUEL ALVES DE SANTANA 40.00  4
 84624                                                                  LITERVALDO PEREIRA MACHADO    37.00  5
 81533                                                                  JACIARA DOS SANTOS DE SOUZA   35.50  6
 82507                                                                  JOSE VIEIRA DA SILVA JUNIOR          35.00  7
 85696                                                                  RAFAEL PEREIRA DE NOVAES          33.00  8
 87476                                                                  VALQUIRIA DA ROCHA CARVALHO  30.00  9

 86769                                                                  ELANE SOBREIRA DOS SANTOS       22.00  10



PARA AS OUTRAS DIREC, você pode acessar o link http://www.egba.ba.gov.br/diario/_DODia/DO_frm0.html  na página da educação



Fonte:DOE 23/10/13